domingo, 19 de dezembro de 2010

Nutrição e Atividade Física

             
                É interessante diferenciarmos atletas de pessoas fisicamente ativas. Os primeiros são esportistas profissionais que se submetem em seus treinos diários a uma carga de exercícios bastante intensa e por conta disso tem seu metabolismo e necessidades nutricionais completamente alterados e aumentados. Já as pessoas fisicamente ativas são aquelas que buscam na prática de atividades físicas, a promoção da saúde, a qualidade de vida e o bem estar.
                Os cuidados nutricionais com atletas devem ser não só de melhora da performance durante os treinos e provas, mas também de reposição das perdas de vários nutrientes que ocorrem durante os exercícios. Pessoas fisicamente ativas não podem ter como referência a alimentação de atletas profissionais.
A alimentação nos dois casos, atletas e fisicamente ativos, é uma grande aliada, mas com estratégias e objetivos diferentes.
                A abordagem nutricional que segue, refere-se aos cuidados com a alimentação de pessoas fisicamente ativas.

Alimentação X Atividade Física
             A alimentação visa fornecer os nutrientes necessários para o esforço, variando de acordo com o tipo de exercício e o objetivo pretendido como, por exemplo, perda de peso ou ganho de massa muscular.
             Para o ganho de massa muscular é preciso que haja um consumo de calorias adequado, bem como atividade física específica. Já para o emagrecimento e redução de gordura corporal é preciso um aporte calórico reduzido. Então, são dois tipos de alimentação diferentes. Porém, com o aumento da massa muscular haverá também aumento do gasto energético, sendo necessário uma restrição calórica menor. Independente do objetivo pretendido é fundamental que a alimentação seja balanceada contendo todos os nutrientes necessários. Uma alimentação completa deve ser composta por carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais.

Carboidratos
                Assim como para pessoas sedentárias, a alimentação de praticantes de atividade física em sua maior parte deve ser composta por carboidratos, sendo estes a matéria-prima para a produção do glicogênio que é a primeira e principal fonte de energia utilizada durante o exercício. Recomenda-se que a ingestão seja de 60 a 65% do valor calórico total diário.
                É importante ressaltar que tanto para o ganho de massa muscular como para redução de gordura corporal, os carboidratos são de extrema importância, sem eles nenhum dos objetivos será alcançado.
                Os carboidratos facilitam o metabolismo das gorduras. No metabolismo deficiente de carboidratos, devido à diminuição do glicogênio em virtude de uma dieta inadequada ou de exercícios prolongados, o corpo começa a mobilizar mais gorduras do que consegue utilizar, sendo assim a redução de gordura corporal torna-se mais difícil.
                Na deficiência de carboidratos o corpo começa utilizar proteína como fonte principal de energia, ou seja, os músculos serão utilizados para a obtenção de energia necessária para o organismo, assim ocorre uma perda de massa muscular.
                Os carboidratos devem ser ingeridos antes de iniciar a atividade física, afim de fornecer energia necessária para o exercício, e após a prática da atividade, objetivando repor as perdas.
São alimentos ricos em carboidratos: cereais (milho, aveia, arroz), pães, bolachas, biscoitos, farinhas, mandioca, batata, frutas, etc.
               
Proteínas
                Bem como a recomendação de carboidratos, a recomendação de proteínas para praticantes de atividade física assemelha-se a recomendação para indivíduos sedentários e saudáveis, correspondendo de 12 a 15% do valor calórico total diário.
                Por ter uma digestão mais lenta, alimentos fontes de proteínas, não devem ser ingeridos próximo ao início do treino.
                Para quem está preocupado com a definição e o aumento dos músculos (hipertrofia muscular) é importante saber que uma alimentação que fornece diariamente de 12 a 15% do valor calórico total em proteínas é suficiente para atender as necessidades de quem pratica atividade física com essa finalidade. Esta recomendação é facilmente atingida através da dieta.
                Ao contrário do que muita gente imagina, o excesso de proteínas não gera aumento de massa muscular, podendo levar ao desenvolvimento de doenças renais e hepáticas. Outro fator a ser considerado é que o excesso de proteínas é armazenado na forma de gordura, ou seja proteína em excesso vira gordura no organismo.
                Fontes de proteínas: carnes (vermelha, aves, peixes, suína), ovos, leite e derivados.

Gorduras:
                O consumo de gorduras deve ficar entre 20% e 25% do valor calórico total da alimentação diária, tanto para pessoas sedentárias como para indivíduos fisicamente ativos.
                Quando a prática de atividades físicas visa o emagrecimento e a manutenção do peso corporal, os resultados são mais rápidos se houver maior controle e restrição no consumo de gorduras pela alimentação
                Assim como os alimentos fontes de proteínas, alimentos que contenham gorduras, por terem uma digestão mais lenta, não devem ser consumidos próximos aos horários de treino.
                A isenção total de gorduras não é uma estratégia boa. Embora tidas como vilãs, elas são necessárias para o organismos, podendo trazer prejuízos caso não estejam presentes na dieta.
Inclusive para o ganho de massa magra são necessárias, por estarem envolvidas com a produção de hormônios no organismo, e uma vez que a testosterona está relacionada ao ganho muscular, um indivíduo que não consome nada de gordura terá prejuízos neste sentido.

              A prática regular de atividade física traz inúmeros benefícios para a saúde como aumento do gasto energético, melhora na capacidade respiratória, aumento da disposição, diminuição do estresse, redução do risco de doenças como hipertensão, diabetes, etc. A alimentação merece atenção especial para evidenciar ainda mais tais benefícios.
              Outro fator de extrema importância para praticantes de atividade física é a hidratação. Não esqueça de se hidratar antes, durante e depois do treino. Saiba que a sede é um indicador de que o corpo já está desidratado, por tanto não espere sentir sede para beber água.


O que comer antes do treino?
            Antes do treino opte por alimentos fontes de carboidratos (macarrão, arroz, biscoito/bolacha sem recheio, frutas, barra de cereais, etc). Tudo dependerá da intensidade e duração do seu treino e somente um profissional poderá avaliar e recomendar as quantidades.
                Evitar frituras, bolachas recheadas, chocolate, pão de queijo, salgados fritos ou folhados, doces em geral, salgadinhos, carnes, ovos, leite e derivados (queijo, iogurte), pois esses alimentos demoram mais tempo para serem digeridos, podendo prejudicar o desempenho durante a prática do exercício.
                Evitar alimentos como café, cappuccino, refrigerante, chá mate ou preto.
                NUNCA treine em jejum, isto poderá acarretar prejuízos no desempenho e corre-se o risco de ter uma hipoglicemia (diminuição da glicemia) grave.

O que comer depois do treino?
                Após o treino opte por alimentos fontes de carboidrato + proteína + vitaminas e minerais.  O ideal seria consumir uma refeição completa como café da manhã, almoço ou jantar (dependendo do seu horário de treino). Uma refeição completa forneceria todos os nutrientes necessários para este momento.

Lembre-se que essas são informações gerais e somente um profissional poderá analisar cada caso e de acordo com os objetivos de cada um, orientar exatamente o que deve ser consumido antes, durante (em alguns casos) e após o terino.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Orientações Gerais para uma Alimentação Saudável

ü  Consuma no mínimo 9 porções diárias entre frutas, legumes e verduras. A chave para a boa nutrição está no perfil de nutrientes que a alimentação fornece para o organismo exercer suas funções. Inclusive para perder peso, ou para o ganho de massa muscular, são necessárias uma série de reações bioquímicas que dependem de vitaminas e minerais. Esses nutrientes são encontrados em frutas, legumes, verduras e cereais integrais. Daí a importância de manter uma alimentação variada e equilibrada para atender as demandas do organismo;

ü  Evitar produtos industrializados e todos os aditivos alimentares (corantes, conservantes, adoçantes, acidulantes, glutamato monossádico). Essas substâncias sobrecarregam o organismo e podem acumular no tecido adiposo (gordura) dificultando o processo de emagrecimento. Além disso favorecem a celulite;

ü   Fazer de 5 a 6 refeições saudáveis diariamente (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar, ceia) – O tempo entre cada refeição não deve ser menor que 2 horas nem maior do que 4horas ‐ o ideal é comer a cada 3 horas! Períodos longos de jejum favorecem o acúmulo de gordura no organismo, além de depletar massa magra (músculo). O importante é fazer pequenas refeições, ou seja, sempre comer em pequena quantidade mais vezes ao dia;

ü  Jamais treinar em jejum. Nenhuma atividade física deve ser feita em jejum. Mas atenção, o tipo de alimento deve ser bem escolhido para nao comprometer o desempenho na atividade. Observe as opções a seguir. Sempre deve ter um carboidrato presente antes e após a atividade, porque é a fonte de energia para o exercício. Na falta deste, há diminuição da massa magra e você pode ter quadros de hipoglicemia na atividade;

ü  Procure manter sempre o consumo mínimo de 2 litros de água diariamente.

ü  Prefira sempre alimentos frescos, e se possível orgânicos;

ü  Cuidado com o final de semana! Não se esqueça que alimentação saudável deve ser mantida todos os dias, portando nada de abusos! Por mais que mudem os horários, manter os padrões estabelecidos. Lembre-se que não existe dia de descanso para alimentação, mesmo que saia um pouco da rotina, evite EXAGEROS, que podem estragar a dieta de uma semana inteira;

ü  Evitar a ingestão de BEBIDA ALCOÓLICA, mesmo no final de semana!! A bebida alcoólica contribui para acumulo de gordura, aumenta processo inflamatório e depleta nutrientes essenciais.

ü  Evitar molhos e temperos prontos. Não utilizar caldo Knnor®, Aji-no-moto®, Shoyo ou qualquer outro tempero/alimento que contenha glutamato monossódico. Para temperar saladas utilize sal, limão, azeite e vinagre;

ü  Prefira alimentos integrais como arroz, massas, biscoitos, farinhas, pães;

ü  Cuidado com as gorduras! Crie o hábito de observar o rótulo dos produtos, não só em relação às calorias, preste atenção principalmente nos ingredientes e evite os produtos que contenham gordura saturada, gordura interisterifica ou gordura vegetal hidrogenada.

ü  Observe também nos rótulos a quantidade de fibras que o produto contém, quanto mais fibras melhor!

ü  Evitar o consumo de AÇÚCAR E ADOÇANTE. Como opção, utilize o Agave (obtido de uma planta chamada Agave tequilana), ou ainda a Sucralose ou Estevia (sem ciclamato). Evitar aspartame, sacarina, ciclamato e acessulfame K. Cuidado com os produtos e bebidas diet/light que normalmente tem esses adoçantes na composição;

ü  Jantar sempre deve ser menor que o almoço;

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Chá Verde

                O chá verde é obtido das folhas da Camellia Sinensis. Os flavonoides e as catequinas são os principais componentes químicos responsáveis pelos benefícios do chá.
ü  AÇÃO ANTIENVELHECIMENTO
Ajuda no combate aos radicais livres – substâncias responsáveis pelo envelhecimento precoce.
ü  AÇÃO ANTICANCERÍGENA
Estudos apontam que o chá verde tem efeito na prevenção de câncer.
ü  AÇÃO ANTIDIABÉTICA
Alguns autores sugerem que o chá verde possa ter efeito benéfico na redução da glicemia.
ü  AÇÃO ANIINFLAMATÓRIA
Os polifenóis presentes no chá verde são capazes de reduzir processos inflamatórios.
ü  AÇÃO LIPOLÍTICA
Acelera o metabolismo e reduz a gordura corporal, se associado a uma reeducação alimentar conduzida por um nutricionista.

Como preparar?
1 colher de sopa da erva para cada xícara de chá de água.
Coloque a água em uma panela, quando começar a aparecer bolinhas no fundo da panela desligue o fogo. - Não deixar a água ferver
Coloque a erva em uma xícara e despeje a água quente. (Não despejar a erva na panela) – Para cada xícara de chá coloque 1 colher de sopa da erva fresca ou 1 colher de sobremesa da erva seca.
Tampe e deixe por 10 minutos. Em seguida coar e consumir.
Quanto consumir?
De 5 a 6 xícaras por dia
Qualquer pessoa pode consumir?
Não. Em alguns casos o chá verde não é recomendado. Nesses casos somente com avaliação de um profissional.
- Gestantes
- Hipertensão
- Glaucoma
- Uso de antidepressivos, ansiolíticos, inclusive Valeriana e Hipérico.
- Constipação intestinal
- Doenças renais

Importante
- Não adoçar, nem com adoçante. Se adoçado o chá verde perde suas propriedades.
- Jamais reaquecer a infusão depois de pronta.
- Preferencialmente a infusão deverá ser feita na hora do consumo, pois conforme vai passando o tempo depois de preparada vai perdendo suas propriedades. Caso não seja consumido na hora deixar na geladeira por até 8h.
- Tomar longe das principais refeições (pelo menos 1 hora de intervalo).
- Evite tomar após às 18:00 horas. Por conter cafeína pode atrapalhar o sono.

Referências Bibliográficas
LAMARAO, R.C.;  FIALHO, E. Aspectos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal. Rev. Nutr. [online].  v.22, n.2, p.257-269, 2009.
KOBAYASHI, Y. et al. Green tea polyphenols the sodium-dependent glucose transporter of intestinal epithelial cells by a competitive mechanism. J Agric Food Chem; v.48, n.11, p.5618-5623, 2000.
SCHMITZ, W. et al. O chá verde e suas ações como quimioprotetor. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. v.26, n.2, p.119-130, 2005.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Alimentos Amigos do Coração

ABACATE
Possui beta-sitosterol, que tem estrutura similar ao colesterol, assim por um mecanismo de competição tem capacidade de reduzir o colesterol.
Quanto e como consumir?
  ¼ de abacate 3x por semana. Não adicionar açúcar, leite condensado, leite, etc. Consumir a fruta em sua forma natural, no máximo adicionar umas gotinhas de limão e mel ou adoçante.
AVEIA
Diminui o colesterol, tendo suas ações atribuídas principalmente às beta-glucanas.
Quanto e como consumir?
1 colher de sopa por dia de farelo de aveia
SUCO DE UVA
Possui resveratrol, que tem a capacidade de diminuir a oxidação da LDL (colesterol ruim), diminuindo o risco de formação de placas ateroscleróticas, que levam a aterosclerose.
Quanto e como consumir?
 1 copo (200ml) de suco de uva integral sem açúcar 1x/dia.
SOJA
As isoflavonas, presentes na soja diminuem o colesterol total.
Quanto e como consumir?
1 porção de derivados de soja (como leite, iogurte, tofu) até 3x/ semana. Evitar consumir o grão da soja pois é altamente alergênico, essa potencial alergênico diminui quando a soja é fermentada.
AZEITE
Diminui a LDL (colesterol ruim) e triglicerídeos, tendo ação preventiva na aterosclerose.
Quanto e como consumir?
1 colher de sopa por dia. Utilizar para temperar saladas ou em preparações frias. O melhor azeite é o extra-virgem com acidez até 0,5%. Na hora da compra escolha um que tenha embalagem de vidro opaco.
CACAU
Os flavonóides presentes no cacau, reduzem a oxidação da LDL, diminuindo assim o risco de doenças do coração.
Quanto e como consumir?
1 colher de sopa de cacau em pó sem açúcar por dia.  Ou 1 quadradinho de chocolate 70% de cacau por dia.
PEIXES
(Atum, sardinha, arenque, salmão, cavala)
 Fontes de ômega 3, diminuem os triglicerídeos, e colesterol. Além disso a sardinha é uma excelente fonte de Coenzima Q10, nutriente fundamental para a proteção e bom funcionamento do coração
Quanto e como consumir?
Pelo menos 2x por semana em preparações assadas, cozidas, ou grelhadas. Jamais frito, milanesa ou empanado.

LEMBRE-SE QUE CADA INDIVÍDUO É ÚNICO, PORTANTO CONSULTE UM NUTRICIONISTA QUE PODERÁ ORIENTAR O QUE BOM OU NÃO PARA CADA CASO.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Linhaça - Linum usitatissimum L.

A linhaça é a semente do linho pertencente a família das Lináceas, que tem sido cultivada há cerca de 4000 anos nos países mediterrâneos. É uma semente com várias aplicações, podendo ser usada como matéria prima para a produção de óleo ou farelo. As sementes também são utilizadas como complemento alimentar, sendo adicionada a bolos, pães e biscoitos ou ainda misturadas cruas aos alimentos, isso porque são ricas em ômega-3, lignanas, fibras (solúvel e insolúvel) e proteínas, além de vitaminas A, B, D e E, e minerais como ferro, zinco, potássio, magnésio, fósforo e cálcio.


Benefícios da Linhaça


Ômega-3: reduz o risco de doenças do coração, reduz os níveis de triglicerídeos e tem ação antiinflamatória. Sua ação antioxidante, a faz potente contra a formação de placas de ateroma, além de reforçar o sistema imunológico.


Fitoestrógenos: agem como intiinflamatório, e modulam o perfil de gordura no sangue.


Lignanas: é um composto fitoquímico que de acodo com estudos recentes podem atuar na prevenção do câncer de mama e próstata. Ajuda nos sintomas da TPM, e por apresentar uma estrutura similar ao estrógeno, ajuda nos sintomas da menopausa.


Fibras: além de ajudar na regulação do trânsito intestinal, contrribuindo para a prevenção de câncer de cólon, se destacam por retardar a absorção de glicose e colesterol no intestino, regulando os níveis destes compostos no sangue.


Proteínas: a proteína encontrada na linhaça é uma boa fonte de arginina, glutamina e histidina, que são aminoácidos relacionados ao sistema imune.


Na hora da compra: Linhaça dourada ou marrom?
A diferença está no tipo de cultivo
Marrom: cultivada em regiões de clima quente e úmido, podendo conter agrotóxicos e metais pesados (substâncias que são tóxicas para o organismo)
Dourada: plantada em regiões frias e cultivada de forma orgânica
Assim sendo, a dourada é mais indicada para o consumo.


Quanto consumir?
No geral, 1-2 colheres de sopa por dia.


Forma de consumo:
Antes de consumir colocar as semente em uma forma e levar ao forno pré aquecido por 3 a 5 minutos para tirar os fatores antinutricionais presentes na linhaça.
A semente triturada traz mais benefícios nutricionais do que a semente inteira, que possui uma casca dura e de difícil digestão. Uma forma fácil de quebrar as sementes é passá-las em um processador ou liquidificador na tecla pulsar para que não vire pó. Após triturar a semente, o consumo deve ser imediato.


Dicas de uso:
Pode ser adicionada em diversar preparações como pães, bolos, sucos, frutas, saladas, sopas, ou até mesmo no arroz.


Importante:
O consumo de linhaça não substitui o consumo de peixes.


Boa dica:
colocar 3 colheres de sopa de semente de linhaça em 1/2 copo de água, deixar de molho por 4 horas. A fibra da linhaça formará um composto como um gel, que ao ser adicionado a uma receita, pode substituir 1 ovo, dando liga e consistência a preparação.


Referências: GALVÃO, E. L. et al. Avaliação do potencial antioxidante e extração subcrítica do óleo de linhaça. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v.28, n.3, p.551,557, 2008; OLIVEIRA, T.M., PIROZI, M.R., BORGES, J.T.S. Elaboração de pão de sal utilizando farinha
Mista de trigo e linhaça. Alim. Nutr. v.18, n.2, p.141-150, 2007.

sábado, 27 de novembro de 2010

Carboidrato Engorda?

            O carboidrato é um nutriente necessário para o nosso organismo, assim como as proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Está envolvido com várias reações do corpo, inclusive com a queima de gordura.
Assim como tudo, o que engorda é o desequilíbrio, seja ele do carboidrato, proteína, gordura, ou ainda por falta de alguns micronutrientes (vitaminas/minerais).
Além disso, outro fator que influencia no ganho de peso é o tipo de carboidrato ingerido. Os carboidratos são divididos em:
- Carboidratos simples (arroz branco, massas, açúcar, doces em geral, leite, sorvetes...). Estes são rapidamente absorvidos pelo organismo desestabilizando os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Isso faz com que o organismo libere maior quantidade de insulina para regularizar os níveis de glicose. Esse processo de maior liberação de insulina pode ser favorável ao ganho de peso. Portanto esses alimentos devem ser evitados ao máximo.
- Carboidratos complexos (frutas, legumes, verduras, produtos integrais como pães, cereais, arroz, biscoitos, massas, etc). Demoram mais para se transformar em açúcar, sendo assim não desregulam os níveis de glicose, além disso, dão maior saciedade.
            Outra fator levado em consideração, em relação aos carboidratos é o índice glicêmico (IG), ou seja, a capacidade que o carboidrato tem de aumentar a glicose no sangue. O Índice glicêmico é classificado como baixo, moderado e alto. Se você ingere comidas com IG alto, o corpo lança grandes quantidades de insulina para tentar manter os níveis de açúcar. A insulina é um hormônio que tem o poder de levar o açúcar para dentro dos músculos na forma de glicogênio, mas estes depósitos têm uma capacidade limitada, o que faz com que todo o excesso de glicose no sangue seja convertido em ácidos gordurosos e triglicérides, que serão armazenados na forma de gordura.
Conheça o ÍNDICE Glicêmico de alguns alimentos:

Embora devam ser consumidos, os carboidratos devem estar presentes na dieta numa quantidade adequada (5-6 porções/dia), pois se consumidos em exagero, são armazenados em forma de gordura. Mas atenção: Só é armazenado sob a forma de gordura quando consumido de maneira exagerada. Em quantidades ideais, o carboidrato participa de muitos processos necessários para a sobrevivência.
            Prefira sempre os carboidratos complexos como frutas, legumes, verduras e produtos integrais.
Comer carboidrato à noite engorda?!?
            Não! Dependendo do tipo e da quantidade de carboidrato ingerida pode engordar a qualquer hora do dia e não somente à noite, devido aos mecanismos citados anteriormente. Outro fator é  que à noite, devido ao sono o metabolismo fica mais lento, sendo assim a quantidade de alimentos ingeridos deve ser menor, não só do carboidrato, mas de TODOS os grupos alimentares. O ideal é que se consuma, principalmente à noite, alimentos com baixo índice glicêmico.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Inflamação x Nutrição

A inflamação é definida como um conjunto de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas em resposta a estímulos agressivos ao organismo.

Embora seja um processo natural de defesa do organismo, sabe-se que o excesso de inflamação pode levar a doenças como câncer, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, alzheimer, entre outras. Além disso, o processo de envelhecimento está intimamente ligado a inflamação.

O desequilíbrio nutricional associado a ingestão de toxinas externas (metais tóxicos, agrotóxicos, corantes, conservantes, adoçantes, fertilizantes...) desencadeia um processo inflamatório no organismo, conhecido como inflamação subclínica.

A dieta ocidental favorece a inflamação, devido seu elevado teor de gorduras saturadas, trans, carboidratos simples, leite/derivados e carnes. O excesso desses alimentos provoca uma inflamação nas células que impede as mesmas de exercerem suas funções, tal como eliminar toxinas. Em resposta a este processo o organismo responde, como forma de defesa, com mais inflamação, o que leva a inchaço e peso extra.

Outro fator que leva ao processo inflamatório é o consumo de alimentos alergênicos, sendo os mais comuns: leite e derivados, soja, glúten, ovo, cítricos, etc. Porém trata-se de uma questão extremamente individual, sendo assim, é indicado procurar um profissional qualificado, afim de definir  quais alimentos devem ser evitados.

Além disso, um intestino saudável é fundamental pois este órgão é responsável pela absorção e eliminação de toxinas. Vale ressaltar que a idéia de um intestino saudável não se resume apenas em funcionamento e sim na integridade intestinal, pois mesmo um intestino funcionando regularmente, não significa que esteja íntegro, tal fator pode ser avaliado através de sintomas como produção de gases, estufamento, fezes sem forma definida, etc.

A ingestão de frutas, legumes, verduras, sementes, oleagenosas, cereais integrais, leguminosas e peixes é fundamental para diminuir o processo inflamatório. Além disso, alguns alimentos possuem substâncias consideradas antiinflamatórias.


COMPOSTO BIOATIVO
ALIMENTO
Ampigenina
hortaliças, própolis
Antocianinas
frutas vermelhas, açaí, repolho roxo
Capsaicina
páprica, páprica-doce
Catequinas
chá verde
Curcumina
cúrcuma
Gingerol
gengibre
Isoflavonas
soja
Kaempferol
folhas verdes, orégano
Licopeno
Tomate, melancia, goiaba
Luteolina
Frutas e hortaliças
Omega-3
peixes (salmão, arenque, atum, sardinha), linhaça, sementes, abacate
Quercetina
maçã, cebola, frutas cítricas
Resveratrol
uva, vinho tinto
Teobromina
cacau


Embora não seja rotulado como medicamento, o uso contínuo de alimentos com compostos bioativos com propriedades antiinflamatórias, aliado à prática de atividade física e alimentação adequada é uma forma eficiente de reduzir a inflamação subclínica.

Referências Bibliográficas:
Ø  BASTOS, D.H.M.; ROGERO, M.M.; ARÊAS, J.A.G. Mecanismos de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab. v.53, n.5, p.646-656, 2009.
Ø  BRESSAN, J. et al. Impacto hormonal e inflamatório de diferentes composições dietéticas: ênfase em padrões alimentares e fatores dietéticos específicos. Arq Bras Endocrinol Metab. v.53, n.1, p.53-55, 2009.
Ø  DIAS, J.C.R.; SANTOS, L.C.; COUTINHO, V.F. Aspectos clínicos e nutricionais na síndrome metabólica. Rev Bras Nutr Clin. v.24, n.1, p.72-78, 2009.
Ø  GERALDO, J.M.; ALFENAS, R.C.G. Papel da dieta na prevenção e no controle da inflamação crônica - evidências atuais. Arq Bras Endocrinol Metab. v.52, n.6, p.951-967, 2008.