A inflamação é definida como um conjunto de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas em resposta a estímulos agressivos ao organismo.
Embora seja um processo natural de defesa do organismo, sabe-se que o excesso de inflamação pode levar a doenças como câncer, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, alzheimer, entre outras. Além disso, o processo de envelhecimento está intimamente ligado a inflamação.
O desequilíbrio nutricional associado a ingestão de toxinas externas (metais tóxicos, agrotóxicos, corantes, conservantes, adoçantes, fertilizantes...) desencadeia um processo inflamatório no organismo, conhecido como inflamação subclínica.
A dieta ocidental favorece a inflamação, devido seu elevado teor de gorduras saturadas, trans, carboidratos simples, leite/derivados e carnes. O excesso desses alimentos provoca uma inflamação nas células que impede as mesmas de exercerem suas funções, tal como eliminar toxinas. Em resposta a este processo o organismo responde, como forma de defesa, com mais inflamação, o que leva a inchaço e peso extra.
Outro fator que leva ao processo inflamatório é o consumo de alimentos alergênicos, sendo os mais comuns: leite e derivados, soja, glúten, ovo, cítricos, etc. Porém trata-se de uma questão extremamente individual, sendo assim, é indicado procurar um profissional qualificado, afim de definir quais alimentos devem ser evitados.
Além disso, um intestino saudável é fundamental pois este órgão é responsável pela absorção e eliminação de toxinas. Vale ressaltar que a idéia de um intestino saudável não se resume apenas em funcionamento e sim na integridade intestinal, pois mesmo um intestino funcionando regularmente, não significa que esteja íntegro, tal fator pode ser avaliado através de sintomas como produção de gases, estufamento, fezes sem forma definida, etc.
A ingestão de frutas, legumes, verduras, sementes, oleagenosas, cereais integrais, leguminosas e peixes é fundamental para diminuir o processo inflamatório. Além disso, alguns alimentos possuem substâncias consideradas antiinflamatórias.
COMPOSTO BIOATIVO | ALIMENTO |
Ampigenina | hortaliças, própolis |
Antocianinas | frutas vermelhas, açaí, repolho roxo |
Capsaicina | páprica, páprica-doce |
Catequinas | chá verde |
Curcumina | cúrcuma |
Gingerol | gengibre |
Isoflavonas | soja |
Kaempferol | folhas verdes, orégano |
Licopeno | Tomate, melancia, goiaba |
Luteolina | Frutas e hortaliças |
Omega-3 | peixes (salmão, arenque, atum, sardinha), linhaça, sementes, abacate |
Quercetina | maçã, cebola, frutas cítricas |
Resveratrol | uva, vinho tinto |
Teobromina | cacau |
Embora não seja rotulado como medicamento, o uso contínuo de alimentos com compostos bioativos com propriedades antiinflamatórias, aliado à prática de atividade física e alimentação adequada é uma forma eficiente de reduzir a inflamação subclínica.
Referências Bibliográficas:
Ø BASTOS, D.H.M.; ROGERO, M.M.; ARÊAS, J.A.G. Mecanismos de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab. v.53, n.5, p.646-656, 2009.
Ø BRESSAN, J. et al. Impacto hormonal e inflamatório de diferentes composições dietéticas: ênfase em padrões alimentares e fatores dietéticos específicos. Arq Bras Endocrinol Metab. v.53, n.1, p.53-55, 2009.
Ø DIAS, J.C.R.; SANTOS, L.C.; COUTINHO, V.F. Aspectos clínicos e nutricionais na síndrome metabólica. Rev Bras Nutr Clin. v.24, n.1, p.72-78, 2009.
Ø GERALDO, J.M.; ALFENAS, R.C.G. Papel da dieta na prevenção e no controle da inflamação crônica - evidências atuais. Arq Bras Endocrinol Metab. v.52, n.6, p.951-967, 2008.
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