sábado, 27 de novembro de 2010

Carboidrato Engorda?

            O carboidrato é um nutriente necessário para o nosso organismo, assim como as proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Está envolvido com várias reações do corpo, inclusive com a queima de gordura.
Assim como tudo, o que engorda é o desequilíbrio, seja ele do carboidrato, proteína, gordura, ou ainda por falta de alguns micronutrientes (vitaminas/minerais).
Além disso, outro fator que influencia no ganho de peso é o tipo de carboidrato ingerido. Os carboidratos são divididos em:
- Carboidratos simples (arroz branco, massas, açúcar, doces em geral, leite, sorvetes...). Estes são rapidamente absorvidos pelo organismo desestabilizando os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Isso faz com que o organismo libere maior quantidade de insulina para regularizar os níveis de glicose. Esse processo de maior liberação de insulina pode ser favorável ao ganho de peso. Portanto esses alimentos devem ser evitados ao máximo.
- Carboidratos complexos (frutas, legumes, verduras, produtos integrais como pães, cereais, arroz, biscoitos, massas, etc). Demoram mais para se transformar em açúcar, sendo assim não desregulam os níveis de glicose, além disso, dão maior saciedade.
            Outra fator levado em consideração, em relação aos carboidratos é o índice glicêmico (IG), ou seja, a capacidade que o carboidrato tem de aumentar a glicose no sangue. O Índice glicêmico é classificado como baixo, moderado e alto. Se você ingere comidas com IG alto, o corpo lança grandes quantidades de insulina para tentar manter os níveis de açúcar. A insulina é um hormônio que tem o poder de levar o açúcar para dentro dos músculos na forma de glicogênio, mas estes depósitos têm uma capacidade limitada, o que faz com que todo o excesso de glicose no sangue seja convertido em ácidos gordurosos e triglicérides, que serão armazenados na forma de gordura.
Conheça o ÍNDICE Glicêmico de alguns alimentos:

Embora devam ser consumidos, os carboidratos devem estar presentes na dieta numa quantidade adequada (5-6 porções/dia), pois se consumidos em exagero, são armazenados em forma de gordura. Mas atenção: Só é armazenado sob a forma de gordura quando consumido de maneira exagerada. Em quantidades ideais, o carboidrato participa de muitos processos necessários para a sobrevivência.
            Prefira sempre os carboidratos complexos como frutas, legumes, verduras e produtos integrais.
Comer carboidrato à noite engorda?!?
            Não! Dependendo do tipo e da quantidade de carboidrato ingerida pode engordar a qualquer hora do dia e não somente à noite, devido aos mecanismos citados anteriormente. Outro fator é  que à noite, devido ao sono o metabolismo fica mais lento, sendo assim a quantidade de alimentos ingeridos deve ser menor, não só do carboidrato, mas de TODOS os grupos alimentares. O ideal é que se consuma, principalmente à noite, alimentos com baixo índice glicêmico.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Inflamação x Nutrição

A inflamação é definida como um conjunto de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas em resposta a estímulos agressivos ao organismo.

Embora seja um processo natural de defesa do organismo, sabe-se que o excesso de inflamação pode levar a doenças como câncer, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, alzheimer, entre outras. Além disso, o processo de envelhecimento está intimamente ligado a inflamação.

O desequilíbrio nutricional associado a ingestão de toxinas externas (metais tóxicos, agrotóxicos, corantes, conservantes, adoçantes, fertilizantes...) desencadeia um processo inflamatório no organismo, conhecido como inflamação subclínica.

A dieta ocidental favorece a inflamação, devido seu elevado teor de gorduras saturadas, trans, carboidratos simples, leite/derivados e carnes. O excesso desses alimentos provoca uma inflamação nas células que impede as mesmas de exercerem suas funções, tal como eliminar toxinas. Em resposta a este processo o organismo responde, como forma de defesa, com mais inflamação, o que leva a inchaço e peso extra.

Outro fator que leva ao processo inflamatório é o consumo de alimentos alergênicos, sendo os mais comuns: leite e derivados, soja, glúten, ovo, cítricos, etc. Porém trata-se de uma questão extremamente individual, sendo assim, é indicado procurar um profissional qualificado, afim de definir  quais alimentos devem ser evitados.

Além disso, um intestino saudável é fundamental pois este órgão é responsável pela absorção e eliminação de toxinas. Vale ressaltar que a idéia de um intestino saudável não se resume apenas em funcionamento e sim na integridade intestinal, pois mesmo um intestino funcionando regularmente, não significa que esteja íntegro, tal fator pode ser avaliado através de sintomas como produção de gases, estufamento, fezes sem forma definida, etc.

A ingestão de frutas, legumes, verduras, sementes, oleagenosas, cereais integrais, leguminosas e peixes é fundamental para diminuir o processo inflamatório. Além disso, alguns alimentos possuem substâncias consideradas antiinflamatórias.


COMPOSTO BIOATIVO
ALIMENTO
Ampigenina
hortaliças, própolis
Antocianinas
frutas vermelhas, açaí, repolho roxo
Capsaicina
páprica, páprica-doce
Catequinas
chá verde
Curcumina
cúrcuma
Gingerol
gengibre
Isoflavonas
soja
Kaempferol
folhas verdes, orégano
Licopeno
Tomate, melancia, goiaba
Luteolina
Frutas e hortaliças
Omega-3
peixes (salmão, arenque, atum, sardinha), linhaça, sementes, abacate
Quercetina
maçã, cebola, frutas cítricas
Resveratrol
uva, vinho tinto
Teobromina
cacau


Embora não seja rotulado como medicamento, o uso contínuo de alimentos com compostos bioativos com propriedades antiinflamatórias, aliado à prática de atividade física e alimentação adequada é uma forma eficiente de reduzir a inflamação subclínica.

Referências Bibliográficas:
Ø  BASTOS, D.H.M.; ROGERO, M.M.; ARÊAS, J.A.G. Mecanismos de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab. v.53, n.5, p.646-656, 2009.
Ø  BRESSAN, J. et al. Impacto hormonal e inflamatório de diferentes composições dietéticas: ênfase em padrões alimentares e fatores dietéticos específicos. Arq Bras Endocrinol Metab. v.53, n.1, p.53-55, 2009.
Ø  DIAS, J.C.R.; SANTOS, L.C.; COUTINHO, V.F. Aspectos clínicos e nutricionais na síndrome metabólica. Rev Bras Nutr Clin. v.24, n.1, p.72-78, 2009.
Ø  GERALDO, J.M.; ALFENAS, R.C.G. Papel da dieta na prevenção e no controle da inflamação crônica - evidências atuais. Arq Bras Endocrinol Metab. v.52, n.6, p.951-967, 2008.